in Jornal de Notícias
O presidente da Assistência Médica Internacional afirmou hoje, sexta-feira, no Funchal, que a taxa de pobreza poderá rondar os 40 por cento se incluir o número de pessoas com rendimento social de inserção e complemento social para idosos.
"Combater a pobreza é uma causa nacional", disse o médico durante o terceiro congresso nacional dos economistas, que decorre até hoje na capital madeirense, acrescentando que uma análise mais profunda à situação poderá indicar que a taxa da pobreza em Portugal poderá rondar os 40 por cento, se fossem tidos em conta os números dos que usufruem do rendimento social de inserção e do complemento solidário para idosos.
Fernando Nobre argumentou assim existir uma "uma pobreza estrutural no país acima dos 40%", declarando: "Não aceito esta vergonha no nosso país".
A situação da pobreza em Portugal, reforçou, "é uma vergonha" e o seu combate deve constituir "uma causa nacional".
Fernando Nobre rejeitou "as cirurgias plásticas para as mudanças no mundo" e sustentou que Portugal deve "redistribuir melhor a riqueza", para contrariar o facto de muitos jovens estarem a abandonar o país "porque perderam a esperança".
Apelou aos empresários para serem mais "inovadores e empreendedores", defendendo aumentos do salário mínimo nacional.
Para Fernando Nobre, este é "o momento de repensar que mundo queremos".
Sobre os factores que indiciam a conjuntura económica difícil, recusou existir razões para "ceder a paranóias", sublinhando ser necessário que as economias capitalistas sejam "prudentes", usem de bom senso e não embarquem em "cantos da sereia".