Rui Martins, in Agência Ecclesia
Comissão Europeia reconhece que consequências da crise financeira e económica ainda não terminaram
A União Europeia dedicará o ano de 2010 à luta contra a pobreza e exclusão social, tentando responder ao facto de 17% da sua população não ter os meios necessários para satisfazer as necessidades mais básicas.
“A pobreza é normalmente associada aos países em vias de desenvolvimento nos quais a subnutrição, a fome e a falta de água limpa e potável são desafios quotidianos. Contudo, a Europa também é afectada pela pobreza e pela exclusão social, onde apesar de estes problemas poderem não ser tão gritantes, são ainda assim inaceitáveis”, lê-se no site que apresenta as iniciativas do próximo Ano Europeu.
Em Portugal, o programa será baseado em quatro prioridades: contribuir para a redução da pobreza e prevenir os riscos de exclusão através de acções concretas; aumentar a compreensão e a visibilidade do fenómeno da pobreza e da sua natureza pluridisciplinar; mobilizar a sociedade para o esforço de erradicar a pobreza e as situações de exclusão; assumir que a pobreza é um problema de todos os países.
A estratégia de comunicação prevê a realização de sessões públicas, a criação de um site e de uma campanha nos media, bem como o desenvolvimento de pólos de dinamização local, entre outras iniciativas.
De acordo com o projecto enviado por Portugal para as instâncias comunitárias, o lema nacional do Ano Europeu será “A pobreza é um problema de todos”. Segundo o mesmo documento, o agendamento das actividades só será possível quando o Programa Nacional estiver preparado, o que se prevê venha a acontecer em Dezembro. O orçamento da participação portuguesa ultrapassa os dois milhões de euros.
Consequências da crise financeira e económica ainda não terminaram
A Comissão Europeia elaborou um documento de 26 páginas onde foram elencados os objectivos e prioridades do próximo ano, os temas que serão abordados, bem como a coordenação e financiamento das actividades.
O texto sublinha que a crise económica e financeira internacional de 2008 terá efeitos a longo prazo no trabalho, reconhecendo que as pessoas mais vulneráveis sofrerão as maiores consequências.
A União Europeia define alguns compromissos para 2010 na luta contra a pobreza, sobretudo ao nível da infância, nas famílias e nos orfanatos. Por outro lado, compromete-se a promover o mercado de trabalho, a investir na educação, saúde e promoção social, e a dar maior atenção aos portadores de deficiências.
Segundo o documento, é preciso favorecer o acesso à cultura, eliminar a discriminação, investir na inclusão social dos imigrantes e das minorias étnicas, responder às exigências dos sem-tecto e das pessoas que vivem em situações vulneráveis.
O lançamento do Ano Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social ocorrerá a 21 de Janeiro, em Madrid.
Com Rádio Vaticano