Lucília Oliveira, in Fátima Missionária
É necessário dar "visibilidade" à causa da luta contra a pobreza em Portugal, defende o director-geral da organização não-governamental Oikos
"Se calhar há dez anos falava-se da pobreza, toda a gente sabia que existia, mas era quase tida como uma fatalidade", afirmou João Fernandes. Se “há duas ou três décadas, a pobreza era vista como algo que só acontece aos que não trabalham, aos que não se empenham", hoje, ela atinge outros. "Num mundo globalizado em que as crises surgem do nada, é possível que qualquer família passe por uma situação de pobreza", realça o responsável da ONG, citado pela Lusa.
"Acreditar que é possível erradicar as formas mais violentas da pobreza, que tornam as pessoas e as famílias dependentes do Estado, que lhes tira toda a autonomia, auto-estima e dignidade" é o tema que norteia o trabalho da Oikos este ano. Nesta estratégia de combate à pobreza a associação quer "mobilizar todo o tecido social, as empresas, os cidadãos e as associações". É preciso "ouvir os pobres" e saber quais as suas necessidades, fazendo-os "participar nas decisões públicas", e de "inspirar" o trabalho de base, feito "nos bairros, nos grupos de jovens", realça o dirigente.