Alexandra Figueira com Agências, in Jornal de Notícias
O Estado português vai manter o plano de emissão de títulos de dívida pública para o primeiro trimestre deste ano, apesar de ontem o risco desses títulos ter atingido o máximo dos últimos onze meses.
"Vamos manter o programa de financiamento já anunciado. Temos até ao final do trimestre para fazer uma emissão de Obrigações do Tesouro", garantiu ontem, ao JN, o presidente do Instituto de Gestão do Crédito Público, Alberto Sousa.
O programa prevê a emissão de Obrigações do Tesouro no valor de 5,5 a 6,5 mil milhões de euros, até Março. Quanto à data do lançamento, Alberto Sousa não quis entrar em pormenores, referindo apenas que o fará no momento "mais adequado, segundo as condições de mercado".
O risco da dívida subiu ontem para o valor mais alto dos últimos onze meses, em resposta à aprovação na Assembleia da República da Lei das Finanças Regionais, na passada sexta-feira, admite Abel Fernandes, professor da Faculdade de Economia do Porto.
Independentemente da razão, contudo, ontem, os investidores só admitiam comprar títulos de dívida pública portuguesa se recebessem mais 1,67% do que o cobrado à Alemanha, uma margem maior do que a exigida no final da semana passada (de 1,60%). Como termo de comparação, ontem a Grécia tinha que pagar mais 3,63% do que a Alemanha.
Da mesma forma, os "seguros" que os investidores fazem para se protegerem contra um eventual colapso da economia portuguesa atingiram ontem um novo recorde.