in Diário de Notícias
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Celso Amorim, recebeu prémio pelo Presidente e leu o discurso dele.
"A moda é uma coisa fugaz, passageira. E o Brasil quer e será actor permanente no cenário do novo mundo. Porém, não que ser um destaque novo num mundo velho. A voz brasileira quer proclamar, em alto e bom som, que é possível construir um mundo novo."
As palavras são de Lula da Silva, mas foram proferidas pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Celso Amorim, na cerimónia em que o Presidente brasileiro foi distinguido com o prémio "Estadista Global", entregue pela primeira vez no Fórum Económico de Davos, na Suíça. Lula não foi receber o prémio, entregue pelo ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, por motivos de saúde.
Amorim leu o discurso do Presidente, descrevendo os avanços obtidos pelo Brasil nos últimos anos e recordando o cepticismo com que Lula, um antigo operário sem estudos, foi recebido em 2003, em Davos. "O Brasil provou aos cépticos que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza", referiu Amorim. "Sete anos depois posso olhar nos olhos de cada um de vocês e do meu povo e dizer que o Brasil fez a sua parte", dizia a mensagem que leu.
O prémio "Estadista Global" foi entregue pela primeira vez este ano e visa distinguir a "liderança modelo" de Lula e o seu trabalho ao longo de dois mandatos. "Este prémio aumenta a minha responsabilidade como um líder e a responsabilidade do meu país como um jogador activo na cena global", referia o texto do Presidente.
O Fórum Económico Mundial, que termina hoje em Davos, na Suíça, decorreu este ano tendo como pano de fundo a crise económica e a recuperação mundial que agora começa. O ambiente não é de festa, já que apesar do retomar do crescimento económico, existem problemas orçamentais em muitos países que vão dificultar a situação nos próximos anos.