9.2.10

Redes sociais podem ajudar pais a explicar riscos da Net

por Ana Bela Ferreira, in Diário de Notícias

Internet Segura. Dia europeu alerta este ano para a utilização desinibida das redes sociais


As redes sociais podem servir para juntar pais e crianças em frente do computador, um momento de partilha que deve ser usado para falar sobre os riscos da Internet. Uma forma mais eficaz de defender as crianças dos perigos online do que os tradicionais bloqueios de sites usados pelos pais, garante o fundador de MiudosSegurosNa.Net, Tito de Morais.

"Os pais devem começar a acompanhar os filhos a partir dos 5 anos, falando mais dos riscos da Internet em vez de policiar", aconselha o especialista em segurança na Internet. Hoje assinala-se o Dia Europeu da Internet Segura, que este ano debate o tema: "Pensa antes de publicar." Uma reflexão escolhida devido à "utilização desinibida das redes sociais, em que os jovens partilham vídeos e fotografias sem pensar nas consequências", explica Tito de Morais.

No entanto, o especialista lembra que "mais perigoso do que publicar conteúdos pessoais são as conversas com estranhos, nomeadamente aquelas que podem ter teor sexual". Situações deste tipo motivam mesmo "pedidos pontuais de ajuda" dirigidos a Tito de Morais.

Em Portugal, as populações que estão mais expostas aos perigos das comunicações virtuais são os adolescentes dos 12 aos 16 anos, lembra o coordenador do site MiudosSegurosNa.Net. Uma situação que não mudou, tal como os riscos a que estão sujeitos os mais novos, acrescenta Tito de Morais. A única diferença é que "as redes sociais estão a agregar todos os serviços - jogos, fotografias, vídeos, contactos, conversas - agregando assim também todos os riscos", sublinha.

As cinco categorias de risco são: os conteúdos, os contactos, o comércio, os comportamentos e o copyright. Além dos perigos virtuais, os jovens também têm "tendência para subestimar o papel negativo de algumas situações". Estes esquecem-se, por exemplo, que as redes sociais do mundo real são diferentes das redes sociais virtuais, que uma vez publicado o conteúdo digital fica registado para sempre e que pode ser facilmente replicado em diversos locais, enumera Tito de Morais.

Por outro lado, o técnico lamenta que os pais pensem apenas a segurança na Internet como "uma questão tecnológica, pedindo software para proibir e bloquear". Já que estas ferramentas só são eficazes até as crianças descobrirem uma forma de as contornar, ou seja, para crianças até aos 10 anos.