Lucília Oliveira, in Fátima Missionária
"A sociedade portuguesa é hoje mais justa do que aquela que existia há 36 anos. No entanto, persistem desigualdades sociais e, sobretudo, situações de pobreza de exclusão"
As “desigualdades sociais e, sobretudo, situações de pobreza de exclusão que são indignas da memória dos que fizeram a revolução de Abril", defendeu Cavaco Silva na sessão solene comemorativa do 25 de Abril. 36 anos depois da Revolução dos cravos, "a sensação de injustiça é tanto maior quanto, ao lado de situações de privação e de grandes dificuldades, deparamos quase todos os dias com casos de riqueza imerecida que nos chocam".
Num discurso na Assembleia da República, o chefe de Estado apontou que o 25 de Abril foi feito em nome da liberdade e de uma sociedade mais justa e solidária: Mas, é nessas áreas que "porventura" foi “menos conseguido”. E adiantou: "As injustiças sociais e a falta de ética são dois factores que, quando combinados, têm efeitos extremamente corrosivos para a confiança nas instituições e para o futuro do país". A injustiça “cria sentimentos de revolta, sobretudo, quando lhe está associada a ideia de que não há justiça igual para todos".