in Diário de Notícias
Estudo revela que aumento de satisfação face a 2009 não foi significativo
O envolvimento dos trabalhadores obteve a pontuação mais alta num inquérito do Observatório de Recursos Humanos que mede a satisfação no emprego (74 pontos), enquanto o sentimento de recompensa recebeu o valor mais baixo (46 pontos).
O estudo, que é hoje apresentado, baseia-se nas respostas de mais de 44 mil colaboradores de 26 organizações do sector público e privado e avalia 12 indicadores: envolvimento, lealdade, qualidade, política e estratégia, expectativas, relações com chefias, satisfação, contexto organizacional, cooperação e comunicação, posto de trabalho, mudança e inovação.
O índice de reconhecimento e recompensa foi o que registou uma subida mais acentuada em 2009 face ao ano anterior (0,8%), mas continua a ter o valor médio mais baixo no conjunto dos 12 indicadores.
Um resultado que não surpreende o autor do estudo, João d'Orey, já que confirma o que tem sido medido em anos anteriores. "É uma tendência normal e comum nestes estudos. Na perspectiva dos trabalhadores, os esquemas de reconhe- cimento e recompensa são os que têm valores médios mais baixos", diz.
Dos 12 índices medidos pelo Observatório, cinco tiveram um aumento e seis registaram um decréscimo no valor médio face a 2008. A satisfação registou um acréscimo de 0,4 pontos percentuais e o índice de lealdade subiu 0,5 pontos percentuais.
João d'Orey adianta que o aumento da satisfação "não foi muito significativo" e admite que pode estar relacionado com a crise, porque provavelmente "as pessoas valorizam mais o seu emprego quando ele escasseia".
O que mais baixou foi o índice de qualidade (-0,7 pontos percentuais), enquanto o índice de relações com chefias manteve um valor igual ao de 2008.
Na análise da satisfação, o Observatório concluiu que os colaboradores que têm entre 18 e 25 anos apresentaram um valor médio mais elevado (59,8 pontos), enquanto os colaboradores entre os 36 e os 45 anos registaram um valor médio mais baixo (54 pontos).
Os colaboradores com menos habilitações literárias (até ao 2.º ciclo) estão mais satisfeitos (61,8 pontos) do que os que têm uma qualificação superior (51,9) e o mesmo acontece com quem tem menos tempo de ca-sa (65,5 pontos para quem trabalha há menos de um ano e 54,1 para quem tem mais de 20 anos de empresa).
O sector privado apresenta melhores resultados médios do que o público e o farmacêutico foi o que apresentou valores médios mais elevados.