Erika Nunes, in Jornal de Notícias
Só um em cada cinco portugueses vai, efectivamente, gastar dinheiro nas suas férias, de acordo com um estudo de mercado da GFK em parceria com o Wall Street Journal. A boa notícia é que a maioria dos que gastam vai realmente fazê-lo "cá dentro".
A tendência para o crescimento das deslocações domésticas e o aumento das visitas a familiares e amigos, como forma de contornar as dificuldades económicas em tempo de férias, já tinha sido anunciada pela Organização Mundial de Turismo, no ano passado. Mas o estudo que a empresa de estudos de mercado GFK veio revelar, ainda, que 69% dos portugueses pretende mesmo "fazer férias cá dentro", contribuindo, assim, para o equilíbrio da balança comercial a que o presidente da República apelara há umas semanas.
É evidente, todavia, que mais do que patriotismo, passar férias em Portugal é uma necessidade. "Dos portugueses menos afectados pela crise, que planeiam passar férias fora de casa, 49% apenas o vai fazer por um período máximo de uma semana e 23% 15 dias", um valor inferior à média europeia, tendo em conta que 31% dos europeus ficará 15 dias fora de casa e 46% dos alemães o farão por 15 dias, ao passo que 42% dos holandeses gozarão entre três a quatro semanas fora de casa.
Só metade gasta em hotel
As conclusões do referido estudo estão em sintonia com outro, desta feita realizado pelo Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo, também divulgado ontem, que refere que apenas um terço dos portugueses vai tirar férias entre Junho e Setembro e, destes, 50% conta ficar em Portugal. "O Algarve é o destino predilecto, com 17% dos turistas, seguido do Porto e Norte de Portugal (8,5%) e da região Centro (5,9%)", refere o estudo, salientando que 17,8% vai sair do país e 31,6% ainda não sabe onde vai.
Nada que desminta o perfil do turista já realizado pelo Turismo do Algarve, em 2009. Segundo esse estudo, 47% dos turistas da região não ficam em hotéis.