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ESTUDO DO ISCTE REVELA QUE 31% ESTÃO A VIVER NO LIMIAR
As famílias enfrentam cada vez mais dificuldades e, de acordo com um estudo ontem divulgado, existem mesmo 31 por cento de portugueses a viver no escalão imediatamente acima do limiar da pobreza.
A investigação levada a cabo pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), de Lisboa, concluiu que começam a proliferar no nosso país as chamadas "famílias sanduíche", que são compostas por membros trabalhadores, com rendimentos superiores ao limiar da pobreza, mas que têm muitas dificuldades em suportar todas as despesas.
Abaixo do limite encontram-se já 20% dos portugueses, cujo nível de rendimentos é incapaz de satisfazer as suas necessidades. E tal como já se sabia, os mais vulneráveis a este tipo de situação são os idosos, as famílias monoparentais e os menos instruídos.
O ISCTE revela, ainda, que 57% dos pobres ou quase pobres vivem com um orçamento familiar abaixo dos 900 euros, valor que surpreendeu os responsáveis pelo estudo.
Apesar desta realidade, os portugueses consideram-se felizes. Mais de 70% dos inquiridos admitem viver satisfeitos, sendo a família e os amigos as justificações apontadas.
Eternos
Em reação a este estudo, a ministra do Trabalho salientou o facto de os subsídios não serem eternos. "O normal das sociedades é trabalhar e não estar a utilizar um subsídio", disse Helena André, à margem de uma conferência em Cascais.
Promulgação
Entretanto, foi ontem promulgado pelo Presidente da República o pacote de medidas de austeridade, que obrigarão os portugueses a apertar ainda mais o cinto. Contudo, Cavaco Silva tem dúvidas e pedirá a análise do diploma em sede de fiscalização sucessiva.