in TVI
Ministra lembra que «o normal numa sociedade é trabalhar»
A ministra do Trabalho e Solidariedade Social reagiu já ao estudo do ISCTE, segundo o qual cerca de 20% dos portugueses vivem abaixo do limiar da pobreza. Helena André admite que os subsídios são fundamentais para apoiar as pessoas em fase de transição mas alerta que os mesmos não podem ser encarados como algo eterno.
«O normal nas sociedades é trabalhar e não estar a utilizar um subsídio», afirmou a governante à margem da 12ª conferência da International Society for the Study of Work and Organizational Values (ISSWOV), a decorrer no Centro de Congressos do Estoril, Cascais.
A ministra, citada pela Lusa, esclareceu ainda que «aquilo que queremos é ter subsídios que possam ajudar as pessoas a manter a dignidade das suas vidas e possam, sobretudo, ser veículos de apoio às pessoas para a reintegração e regresso ao mercado de trabalho».
Mais de metade dos portugueses vivem «ensanduichados»
«A grande aposta que temos no terreno, através das políticas activas do mercado de trabalho, é justamente oferecer oportunidades de formação e de requalificação das pessoas», acrescentou.
«Aumentar as qualificações dos portugueses é uma das vantagens competitivas mais importantes do nosso país e um dos instrumentos mais importantes que as pessoas podem ter para entrar, manter e progredir no mercado de trabalho», sustentou Helena André.
«Temos todos consciência de que ainda há um longo caminho a percorrer e que um dos aspectos que contribui para essa questão tem que ver com aquilo que chamamos os trabalhadores pobres».
Segundo a ministra, o agravamento fiscal, umas das medidas de austeridade anunciadas pelo Governo para combater a actual crise, pode ser contornado com «o crescimento económico e com a possibilidade de as pessoas acederem ao emprego e manterem-se dentro do mercado de trabalho».
«O Governo nunca escondeu que tem noção que o pacote que está em curso para implementar no nosso país poderá ter alguns efeitos recessivos, mas temos de promover o crescimento económico e, sobretudo, melhorar as condições de acesso ao mercado de trabalho», acrescentou.