5.1.12

Cavaco diz que sector externo é "quase a única alavanca" de crescimento

in Jornal de Notícias

O Presidente da República sublinhou, esta quarta-feira, a importância da acção dos diplomatas portugueses, considerando que o sector externo é "quase a única alavanca" de crescimento económico que o país dispõe.

"Vivemos um tempo em que a única alavanca ou quase a única alavanca de crescimento económico de que Portugal dispõe é o sector externo", afirmou o chefe de Estado, durante um encontro com embaixadores de Portugal acreditados junto de vários Estados e organizações internacionais, por ocasião do Seminário Diplomático que decorre em Lisboa.

Por isso, acrescentou, a acção que diplomatas e chefes de missão podem desenvolver é muito importante.

Numa breve intervenção de improviso, Cavaco Silva começou por enaltecer a escolha da vertente económica da acção externa como tema do seminário diplomático, lembrando os desafios económicos "extremamente exigentes" que Portugal enfrenta "num quadro europeu e internacional bastante complexo".

Voltando a apontar a conciliação entre o ajustamento orçamental e uma agenda de crescimento económico como o grande desafio de Portugal, o chefe de Estado sustentou que "o sucesso da política económica para o crescimento depende também numa escala significativa da articulação entre a vertente interna e a vertente externa da acção do Estado".

Assim, defendeu, no plano interno é necessário criar um ambiente favorável ao investimento e à atracão do investimento estrangeiro, apostar fortemente na inovação e no apoio à produção de bens que concorrem com a produção externa e às empresas exportadoras.

Por outro lado, na vertente externa trata-se de atrair o investimento para Portugal, consolidar e diversificar os mercados de exportação, mobilizar as comunidades portuguesas para as oportunidades de investimento que existem no país e para a divulgação dos produtos nacionais e também projetar Portugal como um país de turismo de qualidade.

"Esta é uma tarefa na qual os embaixadores, os chefes de missão têm responsabilidades muito particulares", salientou, embora reconhecendo que a eficácia da sua acção no terreno depende também da acção que se desenvolve internamente.

Cavaco Silva admitiu, contudo, que ainda que apesar da responsabilidade dos diplomatas no plano económico "eles não podem deixar de realizar a reflexão política que é necessária para antecipar, para interpretar os acontecimentos e para ajudar os responsáveis políticos nacionais para tomar as medidas para os enfrentar.