In "Porto Canal"
A subida do salário mínimo nacional piora o nível de desemprego de longa duração, defende a Comissão Europeia na terceira avaliação do pós-programa de ajustamento. A Comissão Europeia insiste que Portugal precisa de mais medidas de austeridade para estabilizar a sua situação.
O documento ontem divulgado em Bruxelas refere que "a medida é particularmente prejudicial para a empregabilidade dos trabalhadores pouco qualificados, cujas perspetivas laborais já são sombrias". A Comisssão Europeia insiste ainda que "as perspetivas de redução da persistente proporção de desempregados de longa duração não estão a melhorar à luz das novas subidas do salário mínimo."
Os dados do INE confirmam que o desemprego de longa duração subiu de forma acentuada entre 2011 e 2013, mas depois começou a aliviar. No entanto, em 2015, esse contingente de desempregados abrangia 410,7 mil pessoas, mais 44,7 mil do que em 2011. A par disso, a taxa de desemprego de longa duração subiu ligeiramente no último trimestre do ano passado, para 7,6% da população ativa.
De acordo com a nova avaliação, Bruxelas reconhece que o governo português se comprometeu (no OE) com um ajustamento estrutural de 0,2% do PIB potencial, mas recomeda que este vá até 0,6%.Os credores afirmam que "ainda há um risco de desvio significativo face ao esforço recomendado".
A Comissão Europeia critica a devolução gradual de cortes salariais, a reposição das 35 horas e a reversão das privatizações como medidas pouco fiáveis para a meta portuguesa.