Os apoios do Governo começam a chegar às famílias a partir do mês de abril. Quem está habituado a ajudar os mais vulneráveis vê o apoio de 30 euros mensais com bons olhos. Ainda assim, sabe a pouco.
"Ninguém vai sair da situação de risco de pobreza [por causa dos apoios], mas poder contar com esse dinheiro fixo, que vem de forma previamente definida, vai ser importante. Para as famílias muito vulneráveis não é uma solução mas é um respiro", diz Rita Valadas, da Cáritas.
Quanto ao Iva-zero num cabaz de produtos essenciais, são muitas as dúvidas. "Se de facto se refletir nos preços vai ser uma belíssima notícia, se não se refletir nos preços é só mais um engodo", comenta Rita Valadas.
Nas últimas semanas, o Governo apresentou vários apoios quer para a habitação quer para o aumento do custo de vida. São medidas que pecam por tardias, dizem as instiuições que lutam contra a pobreza. "Houve um adiamento da definição destas medidas. As famílias já sentem este esforço há muito tempo, não é de agora", sublinha Maria José Vicente, da Rede Europeia Anti-Pobreza.
A crise não é de agora. À Legião da Boa-Vontade do Porto chegam todos os dias duas novas famílias a pedir ajuda. "Estamos a falar de pessoas que estão desempregadas, que os seus rendimentos já não chegam para colmatar todas as despesas", explica Ângelo Silva, da Legião da Boa Vontade.