27.3.23

Sem dinheiro para arrendar ou comprar casa: a realidade de milhares de famílias

in SIC

Em Lisboa e no Porto, há mais de 26 mil famílias sem dinheiro para arrendar ou comprar casa. No final do ano passado, as casas da Câmara só davam resposta a 2,5% das famílias que precisam.

Há mais de 26 mil famílias em Lisboa e no Porto sem dinheiro para arrendar ou comprar uma casa. A solução é aguardar por uma casa da Câmara, mas pode demorar anos. Para combater o problema, o Governo lançou um pacote de medidas de apoio à habitação que está até esta sexta-feira em consulta pública.

Uma das medidas que o Governo quer ver aprovada é a verba de 250 milhões de euros para a construção de casas a custos controlados. Os municípios são uma das entidades que podem vir a usar o apoio. Nas zonas mais pressionadas urbanisticamente, como Lisboa e Porto, a necessidade de arranjar casas a preços acessíveis é urgente.

Dados recolhidos pelo Expresso mostram que há mais de 26.300 famílias que simplesmente não conseguem ir ao mercado arrendar ou comprar. Para estas pessoas a hipótese é recorrer às Câmaras.

Só que no final do ano passado, na Grande Lisboa havia 471 casas disponíveis e no Grande Porto nem 200. Isto significa que a ajuda imediata só dava resposta a 2,5% das famílias que precisam.

Em cidades mais pequenas o problema não desaparece. Em Coimbra, por exemplo, os jovens são dos que mais se queixam.

“Pensar em comprar casa neste momento não é de todo uma opção. É continuar em casa dos pais ou arrendar com amigos ou casal. (...) Preços? São caríssimos, 300 euros por um quarto sem condições”, revelou à SIC um jovem.

Das medidas que estão até esta sexta-feira em consulta pública, há mais algumas polémicas, como o arrendamento coercivo, e outras mais consensuais, como é o caso do apoio no pagamento das rendas e crédito habitação.

Até dia 15, o Governo tinha recebido mais de 2.000 contributos e alterações ao pacote de medidas. As propostas para a habitação vão a Conselho de Ministros no próximo dia 30.