in Jornal de Notícias
Portugal, "na vanguarda em termos de integração de migrantes", deverá agora "melhorar a gestão e a criação de mecanismos sustentáveis de acolhimento", afirmou Isabel Pereira, investigadora do Gabinete do relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD.
Actualmente, Portugal é "desafiado a criar e gerir mecanismos sustentáveis de acolhimento de migrantes ao nível social, incluindo urbanismo e oportunidades de emprego", referiu a especialista em políticas da ONU Isabel Pereira.
A investigadora - que colaborou na redacção do Relatório de Desenvolvimento Humano 2009 com o título "Ultrapassar barreiras: mobilidade e desenvolvimento humanos" hoje divulgado - defendeu que "podem existir grandes ganhos com o acolhimento de migrantes".
Entre os 27 países da União Europeia (UE), Portugal é dos que maior número de iniciativas para migrantes apresenta, sublinhou a investigadora, referindo que o impacto destas, tendo em conta que são "muito recentes", tem de ser avaliado.
Depois de durante anos ter sido um país exportador de migrantes, Portugal inverteu a tendência recentemente, disse a investigadora das Nações Unidas.
Em relação à qualidade das escolas que as crianças migrantes frequentam em Portugal - que o relatório considera que "se situam abaixo dos padrões nacionais" - a investigadora explicou que esta situação se deve ao nível sócio-económico local.
No relatório, Portugal é destacado como exemplo de boas práticas em matéria de integração e é citado como um dos países, onde os cuidados de saúde "estão acessíveis a todos imigrantes, independentemente do estatuto legal".
O documento também sublinha que Portugal é um dos "países desenvolvidos" onde é possível prolongar "licenças temporárias" e onde a população está menos preocupada com os custos para o Estado resultantes da presença de migrantes.