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Ano europeu da pobreza arrancou com o apelo à participação de toda a sociedade
A cerimónia de lançamento do Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão, que decorreu ontem à noite na Gulbenkian, teve como mote o apelo à sociedade civil para que se envolva na luta pela inclusão dos mais desfavorecidos.
Cavaco defendeu que a inclusão é oferecer às pessoas a oportunidade de contribuírem para um país melhor (Paulo Pimenta (arquivo))
O Presidente da República, que não esteve presente mas deixou gravada uma declaração transmitida por vídeo, considerou que este é um “combate que merece ser travado” e que exige um “esforço permanente”. Lembrando o seu Roteiro para a Inclusão, realizado em Março de 2009, Cavaco Silva afirmou ter visto bons exemplos entre jovens que se dedicam ao voluntariado, ou junto de organizações não governamentais e instituições diversas que se “empenham num combate que é de todos”.
O Presidente da República defendeu ainda que a inclusão é oferecer às pessoas a oportunidade de contribuírem para um país melhor, sendo fundamental que os mais desfavorecidos conquistem autonomia e se afirmem na sociedade. A ministra da Solidariedade, Helena André, é da mesma opinião, de que o combate à pobreza é “um combate que tem que mobilizar toda a sociedade”. “Agentes económicos e sociais, organizações da sociedade civil e autarquias têm que estar envolvidos”, afirmou, sublinhando a importância de as pessoas se mobilizarem.
Entre as medidas de combate à pobreza previstas para este ano, Helena André lembrou o investimento feito nas redes de equipamento social para crianças e idosos, o lançamento de um programa nacional de microcrédito e um apoio social para que as pessoas incapacitadas para o trabalho devido a deficiência não vivam abaixo do limiar da pobreza. “Mas não pode ser só o Estado. Tem que ser toda a sociedade civil. Temos o objectivo partilhado de promover a cidadania activa, a inclusão social, a solidariedade e a dignidade e a participação”, afirmou.
Para o coordenador nacional do ano em Portugal, Edmundo Martinho, as pessoas têm que se comprometer e responsabilizar para garantir que são aplicadas medidas que alterem a vida dessas pessoas. “Contamos com a mobilização do país para o combate à pobreza e exclusão social, porque pobreza é ficar indiferente”, afirmou.
O responsável adiantou ainda algumas das medidas que estão a ser levadas a cabo ou preparadas para este ano, como os encontros temáticos mensais, nos quais se pretende dar voz a quem vive em situações de pobreza. As problemáticas a serem abordadas são “Pobreza no feminino”, em Março, “jovens”, em Abril, “emprego”, em Maio, “crianças”, em Junho, “emigração e imigração”, em Julho, o “voluntariado”, em Agosto, a “deficiência”, em Setembro, os “idosos”, em Outubro e os “sem-abrigo”, em Novembro.
O responsável destacou ainda algumas das parcerias que estão em curso no âmbito deste ano, nomeadamente com o Inatel para a realização de curtas-metragens em bairros problemáticos e em que os jovens dão a sua visão da pobreza, e com o Centro Cultural de Belém (CCB) para levar crianças e jovens a espectáculos musicais, que de outra forma não teriam oportunidade de ver.