Lucília Tiago, in Jornal de Notícias
A crise fez com que a maior parte das empresas reduzisse o número de viagens de negócios. E os cortes mais acentuados verificaram-se precisamente junto das companhias de maior dimensão. Para o corrente ano, as viagens de negócios deverão crescer 12%.
O "retrato" do sector das viagens de negócios em 2009 foi ontem conhecido com a divulgação do Barómetros TravelStore-American Express. E mostra que no ano passado a quebra média do volume de viagens de profissionais das empresas foi de 25%, superior, por isso, à diminuição de 17% registada ao nível das transacções. Mais de metade (63%) das empresas abrangidas pelo estudo reduziram este tipo de viagens e 41% admitiu que o fez por uma questão de controlo de custos. Mas esta quebra foi também possível porque mais companhias passaram a recorrer a meios alternativos de comunicação e cerca de um quarto optou por reduzir o número de reuniões que implicassem viagens. Para 2010, e segundo o estudo ontem divulgado no âmbito do Salão de Viagens de Negócios - durante o qual foram também entregues pela primeira vez os "business travel awards" -, 40% das empresas admite aumentar o número de viagens, 35% vai manter e 24% pretende ainda reduzi-las. Contas feitas, o sector deverá crescer 12%. Mas não está afastada a hipótese de haver revisões em baixa (nas intenções) a meio do ano, à semelhança do que aconteceu em 2009.
As relações intra-organização continuam a ser o principal motivo para as viagens de negócios, mas as deslocações ao congressos e o desenvolvimento de novos mercados têm visto o seu peso subir. Para 71% dos empresários, estas deslocações são vistas como um investimento (antes eram 56% as que assim pensavam). O estudo mostra que as viagens de avião pesam 60% do total da factura com viagens de negócios, ainda que cada vez mais empresas (92%) permitam o recurso a companhias "low-cost". E quase metade admite recorrer mais intensamente a estas transportadoras em 2010.