8.2.10

Economia complica combate ao desemprego feminino

in Diário de Notícias

A crise económica e as suas consequências no emprego por toda a Europa não ajuda a combater o problema de discriminação das mulheres no mundo do trabalho. Pelo contrário, pode agravar bastante o problema .

Este é um dos alertas da Comissão Europeia (CE) num relatório de Dezembro de 2009 sobre as perspectivas de igualdade entre homens e mulheres em 2010. Um documento entregue no Parlamento Europeu e nos Comités Económico e Social e das Regiões.

O relatório refere que "a experiência de crises económicas anteriores demonstra que o emprego masculino recupera mais rapidamente do que o feminino". Isto porque "entre as pessoas que ficam desempregadas, o risco de não encontrarem novo emprego é maior nas mulheres".

Apesar de o trabalho feminino ter aumentado 7,1 pontos percentuais na última década , atingindo os 59,1% em 2008 na Europa, e de o desemprego entre Maio de 2008 e Setembro de 2009 na UE ter atingido mais os homens, o desemprego entre europeus e europeias já está a crescer a ritmos muito iguais. Neste período, a taxa de desemprego nas mulheres passou de 7,4% para 9%. Isto em consequência da crise, diz o documento da CE.

Mas a Europa receia ainda que a evolução das taxas de desemprego na recessão possa "estar a esconder tendências menos visíveis, como a sobrerrepresentação das mulheres entre a população inactiva da União Europeia, bem como entre os desempregados a tempo parcial". As mulheres já representam mais de dois terços dos 63 milhões de europeus inactivos, entre os 25 e os 64 anos.

Tal como sublinha o relatório da CE, o sexo feminino "é mais propenso a situações de desvantagem no mercado de trabalho". Entre as mulheres há também mais "contratos precários, emprego a tempo parcial involuntário e disparidades salariais persistentes". Situações que acarretam consequências ao longo da vida, desde a protecção social à reforma, aumen- tando, assim, o risco de pobreza nas mulheres.