5.2.10

UNICEF pede 860 milhões de euros para as crianças

por Susana Salvador, in Diário de Notícias

Sudão e Haiti estão no topo das prioridades da organização para este ano.

Há 4,7 milhões de pessoas no Sudão afectadas pelo conflito no Darfur, e metade delas são crianças. É por isso que este é um dos 28 países e regiões prioritárias para os trabalhos deste ano da UNICEF, que ontem lançou um apelo para Ajuda de Emergência de 1,2 mil milhões de dólares (860 milhões de euros). Um aumento de 20% em relação ao pedido no ano passado, quando actuou em 211 situações de emergência em 92 países.

"As crianças estão a sofrer em muitos lugares e por múltiplas razões. Todas precisam da nossa ajuda", disse a directora executiva adjunta da UNICEF, ao apresentar o Relatório de Acção Humanitária 2010, em Genebra. Hilde Johnson lembrou que, enquanto a situação em África se continuou a agravar, a necessidade de ajuda duplicou no Sudeste asiático, no ano passado.

"As crianças estão sempre entre os grupos da população mais duramente afectados, e as catástrofes expõem-nas a maiores riscos de abusos e violações graves dos seus direitos, incluindo a violência sexual, assassínios e mutilações, e ao recrutamento forçado por parte de grupos armados", referiu Johnson. As alterações climáticas, a instabilidade económica mundial e a evolução natural dos conflitos armados "aumentam a vulnerabilidade dos mais desprotegidos".

Apesar de o relatório ter sido terminado antes do sismo de 12 de Janeiro, o Haiti fazia já parte do grupo de 28 países problemáticos - usando critérios como a escala da crise, a severidade do seu impacto nas crianças e o potencial de salvar vidas. Agora, é ainda mais prioritário. "A situação apresenta-se, actualmente, como a maior crise de protecção de crianças alguma vez vista ", disse. A UNICEF está a reavaliar um primeiro pedido de 87 milhões de euros só para este país.

Além do Sudão e do Haiti, os casos da República Democrática do Congo, Paquistão, Zimbabwe, Etiópia, Somália, Uganda, Chade, Iraque e Territórios Palestinianos são considerados prioritários. 70% do dinheiro pedido será para financiar projectos nestes países.