11.6.10

Só imigrantes evitam diminuição da população

Por Alexandra Campos, in Jornal Público

É a confirmação oficial de um fenómeno já anunciado: o saldo natural (número de mortes versus número de nascimentos) voltou a ser negativo em Portugal no ano passado, tal como acontecera em 2007. Mas desta vez a diferença foi mais acentuada (menos 4945, contra menos 1020 há dois anos), indicam as estimativas ontem divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística.

A população residente em Portugal só não diminuiu porque o saldo migratório foi ligeiramente positivo (0,14 por cento). No final de Dezembro de 2009, residiam em Portugal 10.637.713 indivíduos.

De acordo com as estimativas do INE, em 2009 ficámos mesmo abaixo da fasquia dos 100 mil nados-vivos (99.491) e o índice sintético de fecundidade (número médio de crianças por mulher em idade fértil) atingiu um mínimo histórico (1,32).

Mas a ocorrência de taxas de crescimento natural negativo não é um exclusivo português, frisa o INE. Na União Europeia, estão na mesma situação a Alemanha, a Bulgária, a Estónia, a Hungria, a Itália, a Letónia, a Lituânia e a Roménia.

As mulheres residentes em Portugal têm filhos cada vez mais tarde. Em média, o primeiro filho nasce agora aos 28,6 anos.