Eduarda Ferreira, in Jornal de Notícias
Países africanos chegam a perder 80% dos seus diplomados
Aimigração acolhida pelos 30 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) caracteriza-se por ter mais educação superior que as populações nacionais. Mas os imigrantes pertencem também a estratos com nenhum ou um muito elementar grau de escolaridade, suplantando nisso os habitantes de cada país. As realidades variam muito nos continentes, mas a fuga de cérebros é confirmada na Europa, Caraíbas e África.
Cabo Verde tem a maior taxa de emigração dos países africanos (25%) e Angola é, entre os países da África Austral, aquele que mostra menor taxa de cursos superiores entre os seus que migram para a OCDE. Tal acontece apesar de este último PALOP constar entre um grupo de países em desenvolvimento que mais vítimas são de sangrias das suas gentes com curso superior. Jamaica, Haiti, Trinidad, Maurícias e alguns pequenos países africanos têm entre 40% a 80% dos seus cérebros a viver fora.
Na União Europeia, a maior parte dos seus cérebros escolhe os Estados Unidos como destino. Nos últimos cinco anos, 340 mil diplomados europeus emigraram para países da OCDE fora da UE.
O relatório ontem divulgado e que traça "Um Perfil das Populações Imigrantes no Século XXI" confirma que 21% dos imigrantes em países da OCDE têm origem asiática. Esta salienta-se por uma característica tem um nível de educação superior em 34% dos seus membros (quando a média é de 24%), escolhe sobretudo como destino os Estados Unidos, Canadá e Reino Unido e desenvolve trabalho nas áreas das tecnologias de informação, física e matemática. Se imigram enquanto adolescentes, prosseguem os estudos.
A Alemanha é o segundo país de acolhimento de emigrantes, com oito milhões. Os EUA têm 31,4 milhões, um terço dos quais mexicanos.
Os imigrantes na OCDE têm taxas mais baixas de emprego quando comparados com as populações nacionais. É também notório que ocupam funções para as quais têm sobrequalificação. Os indivíduos nascidos no estrangeiro têm um curso superior em 23,6% dos casos, por comparação com os nascidos nesses países de acolhimento (19,1%).