26.2.08

Política social é "progressista e de Esquerda"

Ana Paula Correia, in Jornal de Notícias

Foi num tom de certeza de quem diz que está a desenvolver uma política social "progressista e de Esquerda" que o ministro Vieira da Silva contestou as "vozes de quem nos acusa de não termos sensibilidade social". Estava lançado o recado para os críticos internos e para a Oposição à Esquerda, no primeiro dia das jornadas parlamentares do PS, que decorrem até amanhã, na Guarda, dedicadas às políticas sociais.

"Esta é a reforma que o PS tinha obrigação de fazer", acentuou o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, ao lembrar que tem havido "crescimento da dimensão social do Estado, num quadro de consolidação das contas públicas". E continuará a ser assim nas próximas décadas, disse o governante numa atitude peremptória "Outra política não é possível se quisermos manter o Estado social".

Perante uma assistência, na qual se contava pouco mais de metade dos 121 deputados socialistas (Manuel Alegre, uma das tais vozes críticas da insensibilidade social do Governo, foi um dos muitos ausentes ), Vieira da Silva fez ainda questão de admitir serem "excessivas" as assimetrias salariais no país. Para, a seguir, justificar que elas só poderão ser combatidas com a qualificação e a formação dos trabalhadores menos qualificados.

Mais voltado para o PSD foi o discurso de Alberto Martins, que fez a exaltação do "Estado social moderno" contra "quem anda por aí com uma lanterna a tentar perceber qual é afinal o papel do Estado".

"O PSD está refém e uma agenda política estreita, autárquica e populista, ao mesmo tempo que afirma um discurso em ziguezague, não temendo romper acordos assinados, a palavra dada, os compromissos livremente assumidos". Foi a referência do líder parlamentar socialista à ruptura anunciada do pacto da justiça e, em particular, à questão da lei eleitoral autárquica.

Luís Filipe Menezes acabaria também por ser um dos alvos do ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva "A história mostra que todos os líderes que andaram à procura da popularidade do dia-a-dia acabaram mal", acusou, respondendo ao apoio dado pelo líder do PSD às manifestações que se seguem contra a política de Educação.