Miguel Marujo, in Fátima Missionária
Depois de pedir ao Parlamento a erradicação da pobreza, CNJP quer alargar debate e abrir caminhos colectivos na procura de soluções
A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) quer “vencer a pobreza” ao constatar que o empobrecimento “continua a marcar, de forma dramática, a vida de muitos dos nossos concidadãos e concidadãs”. Com a sua mensagem para a Quaresma deste ano, este organismo laical da Conferência Episcopal Portuguesa, pretende “dar continuidade à petição apresentada à Assembleia da República em Outubro passado”, em que se pede que “a pobreza seja reconhecida como uma violação dos direitos humanos”.
A CNJP lembra que “cerca de 18 por cento, como referem as estatísticas de 2006”, vivem na pobreza, “apesar do nosso País ter atingido níveis de rendimento que permitiriam superar este flagelo social, se outra fosse a repartição do rendimento e o modelo económico e se as opções políticas estivessem voltadas para a satisfação das necessidades das pessoas, das famílias e das comunidades”.
Com este quadro, só “há um caminho a percorrer em várias frentes” para “vencer a pobreza”. Mas para isto há que, primeiro, “desmontar os preconceitos que impedem uma visão clara sobre o empobrecimento, a começar pela ideia de que em Portugal não existe pobreza (nega-se a um só tempo a evidência estatística e a própria experiência empírica) ou a de que só é pobre quem quer”.
Defende a Comissão que é “indispensável que a política económica saiba conciliar o crescimento com uma melhor distribuição dos rendimentos”, que importa “adoptar um estilo de vida mais sóbrio e mais solidário”, que se deve “promover os estudos científicos acerca da pobreza enquanto problema nacional grave e dar a conhecer a situação à opinião pública” e que “é desejável que todos saibamos como se reparte [o] crescimento [económico] e em particular, como está a contribuir para erradicar a pobreza”.
Com esta mensagem quaresmal, intitulada “Escutar o clamor dos pobres – Abrir caminhos de justiça para erradicar a pobreza”, a CNJP quer “alargar o debate sobre a pobreza como também abrir caminhos para a criatividade colectiva na procura de soluções que a possam resolver, superando as causas que a geram e minimizando as suas manifestações mais agudas”. Os cristãos são particularmente chamados a este “esforço de conversão”, sobretudo “neste tempo litúrgico”.
O texto pode ser lido na íntegra no site da Comissão.