Por Mariana Duarte, in Jornal Público
A Câmara e a Cáritas da Covilhã e a Loja Social do Fundão colaboram com a Sharing Spot. Mas há já várias autarquias do país interessadas em participar
As funcionalidades
Na era da Internet 2.0 e das redes sociais, Tiago Barbosa, David Mota e André Barbosa fugiram às convenções e criaram o Sharing Spot. Não é um espaço de socialização, mas umsite de doação de bens que promove a comunicação entre as instituições de solidariedade social e os doadores, com o objectivo de facilitar o intercâmbio de informação entre eles.
O projecto dos três alunos de Engenharia Informática da Universidade da Beira Interior, que consiste em implantar na Internet um "local de partilha de bens como roupa, livros, brinquedos ou comida", começou a germinar em meados de Setembro do ano passado, após terem decidido participar num concurso da Microsoft, o Imagine Cup 09. A inovação da plataforma foi reconhecida e distinguida com o segundo lugar a nível nacional, conta Tiago Barbosa, um dos ideólogos da iniciativa.
Uma das metas do projecto é transformar a cedência de bens num processo acessível. Para fazer uma doação através da Sharing Spot basta aceder aosite - que brevemente estará em pleno funcionamento -, fazer login com a conta do Windows Live Messenger e "colocar o objecto na rede", explica o aluno. O utilizador deve disponibilizar uma fotografia do bem e fazer uma breve descrição do mesmo, indicando, por exemplo, se está novo ou velho. A recolha e entrega do material são realizadas pelas instituições sociais, que são, aliás, responsáveis por "toda a regulamentação das doações", vinca Tiago Barbosa.
Reforçar a credibilidade
Até ao momento, a Câmara e a Cáritas da Covilhã e a Loja Social do Fundão são as entidades que trabalham com os alunos e que se revelaram "essenciais" para a formação e para o "desenvolvimento mais correcto" do projecto. Contudo, os criadores da rede social já foram contactados por "câmaras municipais de vários pontos do país" interessadas em colaborar na aplicação, adianta Tiago Barbosa.
Através da Sharing Spot, as entidades procuram responder não só às necessidades daqueles que recorrem aos centros de solidariedade social, mas também a pessoas carenciadas que utilizem ositepara pedir algum material. Neste caso, o interessado terá de preencher um formulário, cuja avaliação determinará se tem direito ou não ao bem. Este processo evita ajudar uma pessoa sem necessidades reais: "As instituições com as quais colaboramos informaram-nos que existem pessoas que são verdadeiros "profissionais" das doações. Valem-se do apoio de várias organizações e vivem apenas disso", alerta Tiago Barbosa. A finalidade é "tornar o sistema de doação mais fidedigno".
Com o mesmo intuito, a Sharing Spot permite que os vários utilizadores e instituições comuniquem entre si, por meio de um sistema de conversação. Para já, os alunos querem trabalhar apenas a nível local, na zona da Covilhã e do Fundão, de modo a "aperfeiçoar a aplicação". Depois da fase de amadurecimento, pretendem estender a Sharing Spot a todo o país. "Temos ainda o sonho de que, no futuro, esta rede venha a funcionar à escala mundial", confessa Tiago Barbosa.