Por João Ramos de Almeida, in Jornal Público
Se é usado para encontrar o amor, porque não servirá para descobrir algo mais simples como um emprego?
Devem ser louvadas todas as maneiras de encontrar emprego. Uma delas é a organizarspeed-datings, os conhecidos encontros organizados de poucos minutos entre solteiros à procura de parceiros amorosos, como um primeiro contacto de emprego.
Cada vez mais empresas, segundo o jornalWall Street Journal, estão a recorrer a esse método. Um rápido contacto permite-lhes comparar candidatos e, sobretudo, não perder os bons candidatos. Nos Estados Unidos, as agências de colocação estão a reorganizar-se as "festas" para pessoas afastadas por reduções de pessoal, que se tornaram famosas nos anos 2000-2001. Acompanhadas decocktails e canapés, empregadores de pulseira cor-de-rosa e desempregados azuis, são uma alternativa informal às tradicionais feiras de emprego. "É o equivalente aos encontros amorosos instantâneos sem o desapontamento", refere um dos responsável.
Na Índia, quando a indústria de software teve um pico de procura, os recrutadores de pessoal recorreram ao mesmo método e chegou a alugar-se um estádio de basquetebol para o encontro entre clientes e candidatos.
Mas a experiência já aterrou no continente europeu. Segundo a edição de hoje da revista Focus, uma agência de emprego em Kiel, Alemanha, propôs a uma centena de desempregados e a meia centena de empregadores que tomassem pequeno-almoço, emspeed-datings em série.
Em alguns minutos, candidatos e empregadores passaram de mesa em mesa, comendo croissants e bebendo café, e em duas horas resultaram em 23 candidaturas, onze marcações de entrevistas, oito estágios e um emprego a tempo inteiro. Entre os desempregados estavam floristas, empregados de escritório e educadoras de infância.
O desemprego na Alemanha atinge já mais de 3,3 milhões de pessoas.