Célia Marques Azevedo, in Jornal de Notícias
Mais de metade dos portugueses acredita que a crise económica vai ter um impacto negativo nas condições de segurança e saúde no trabalho.
Os salários e a segurança do emprego são mais importantes do que as condições de trabalho.
As conclusões saem de um estudo da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (OSHA), sediada em Bilbao, Espanha, que realizou uma sondagem sobre o tema. Segundo os resultados obtidos, há uma preocupação generalizada entre os cidadãos europeus. No caso em questão, 61% julga que a actual crise económica vai ter um impacto negativo sobre a segurança e saúde no trabalho, o que pode pôr em risco as melhorias registadas nos últimos cinco anos. Por causa da crise económica, 32% dos entrevistados portugueses acha que as condições de segurança e saúde no trabalho vão piorar "em grande medida", enquanto 43% acha apenas que vão piorar. Apenas 7% julga que o contexto económico actual não vai ter influência nas condições laborais.
Entre os inquiridos, as condições de trabalho recolhem menos importância (35%), na lista de critérios a ter em conta na procura de emprego, que o salário e a segurança no emprego (59% cada).
Ainda no que respeita a Portugal, mais de 40% dos entrevistados, acha que "em certa medida" os empregos que as pessoas têm são responsáveis pelo estado de saúde débil das mesmas. Cerca de um terço das pessoas acha mesmo que o trabalho pode ser "em grande medida" o responsável pelos problemas de saúde.
Quase 50% dos inquiridos acha que nos últimos cinco anos a saúde e a segurança no trabalho em Portugal "melhorou". Pelo lado oposto, 38% acha que piorou nos últimos anos.