in Jornal de Notícias
Em 2009, ano marcado pela crise económica e financeira mundial, foram criadas 30 novas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) em Portugal e 30 mil novos postos de trabalho neste tipo de entidades.
Segundo o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), "existem em Portugal mais de quatro mil instituições em grande actividade e não houve uma única que durante este ano fechasse portas".
"Não houve instituições a mandar utentes embora por não poderem comparticipar com as suas partes e, pelo contrário, admitiram mais utentes e colocaram mais 30 mil novos trabalhadores", acrescentou, em declarações à Lusa. O padre Lino Maia afirmou ainda que "durante 2009 surgiram, na CNIS, cerca de 30 novas IPSS por todo o país".
"Em Portugal temos, em proporção, muito mais IPSS do que em qualquer outro país e estas são de iniciativa dos cidadãos, não sendo o apoio do Estado significativamente forte porque não ultrapassa os 42% dos custos das instituições", salientou Lino Maia.
Para o presidente da CNIS, "aquilo que leva a constituir uma instituição [destas] é o exercício de cidadania, a solidariedade e a caridade e não objectivos financeiros", sublinhando que "ao longo deste ano foi visível a capacidade das instituições de superar as dificuldades".
"Eu gostaria que 2010 fosse um ano diferente já que é o ano europeu de luta contra a pobreza e a exclusão social por decisão da União Europeia", afirmou, acrescentando que "era importante que não fosse um ano de folclore, de mais relatórios e de mais grandes conferências, mas um ano em que se assumisse o combate à pobreza e à exclusão social como a prioridade das prioridades".