Por Nuno Simas, in Jornal Público
Primeiro-ministro lembrou a crise, mas adoptou um discurso optimista na sua mensagem natalícia. E tem esperança que 2010 seja um ano de crescimento da economia e do emprego
Optimismo e economia. Outra vez. José Sócrates adoptou, como é hábito nas suas mensagens de Natal desde 2005, um discurso pela positiva. Apesar da "maior crise" económica mundial dos últimos 80 anos, que continua, o primeiro-ministro acredita que há hoje "sinais claros" de recuperação. Volta a defender o investimento público para criar emprego e tem esperança que 2010 já seja de "crescimento da economia e do emprego".
"A crise económica mundial persiste, é certo, mas há agora sinais claros de que estamos a retomar lentamente um caminho de recuperação. Temos, porém, ainda muito trabalho pela frente. Precisamos de investimento público que crie emprego", afirmou Sócrates na mensagem de Natal, ontem transmitida pela televisão.
O ano de 2009 foi marcado, em Portugal e no Mundo, pela crise. "Um ano de grande exigência para todos, famílias, trabalhadores e empresas", reconheceu, e em que, "com a intervenção do Estado, no momento certo", foi possível "estabilizar" o sistema financeiro, "apoiar as famílias, apoiar as empresas, estimular a economia".
Investir e criar emprego
A crise continua e a receita do chefe do Governo é repetida, retomando o discurso dos últimos meses, antes e depois das legislativas em que o PS perdeu a maioria absoluta: investimento público para criar emprego. Ou seja, o TGV. Portugal, sintetiza, precisa de investir naquilo que é "essencial à modernização do país": "As infra-estruturas de transportes e comunicações, as escolas, os hospitais, as barragens, as energias renováveis". No mais, insiste na ideia do apoio às empresas, "com particular atenção às pequenas e médias empresas, às empresas exportadoras, às empresas criadoras de emprego".
O caminho é "continuar a apostar" na qualificação dos professores, com o alargamento da escolaridade até ao 12.º ano, estimulando o Ensino Superior, o ensino profissional e a continuação do programa Novas Oportunidades. E porque o Natal é tempo de "fraternidade e solidariedade", o primeiro-ministro lembrou algumas das medidas do seu executivo, como o aumento das pensões mais baixas, "alargando a protecção do desemprego", ou ainda o aumento do salário mínimo.
Da parte de Sócrates, fica uma promessa: encarar 2010 com "confiança, energia e determinação na resolução dos problemas do país".
O primeiro-ministro tem ainda uma "palavra de solidariedade e de apoio" aos portugueses afectados pelo mau tempo nos últimos dias. Deixando mais uma garantia. "O Governo usará todos os instrumentos para os ajudar a superar as dificuldades e para retomar a actividade económica nas zonas mais afectadas", disse.