in Jornal de Notícias
Grécia centrou atenções dos ministros que pediram relatório a 16 de Março
A nomeação de Vítor Constâncio para vice-presidente do Banco Central Europeu pelos ministros das Finanças chegou ontem, através das conclusões adoptadas pelo Conselho, que ocupou grande parte do tempo com o défice grego.
Teixeira dos Santos deixou a reunião com os ministros das Finanças europeus antes do fim, mas não sem ter a confirmação de que o governador do Banco de Portugal seria apontado por unanimidade para vice-presidente do BCE.
O debate em Bruxelas centrou-se sobretudo na aprovação do pacote grego para reduzir o défice orçamental. Paralelamente, ouvem-se já alguns países europeus, como a Suécia, a pedir medidas adicionais de controlo orçamental, uma fez que entendem que as propostas não são suficientes e não devolveram a credibilidade ao país. Da reunião conclui-se que as medidas adicionais gregas, "se necessárias" só chegarão a partir de 16 de Março, explicou a ministra das Finanças espanhola, actualmente a presidente do ECOFIN. O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, foi mais explícito e disse que "dado que um número de riscos associados aos limites do défice e da dívida" se estão a materializar, "a Grécia deve lançar no relatório a apresentar a 16 de Março medidas adicionais àquelas providenciadas para assegurar que o objectivo orçamental para 2010 é atingido". Juncker disse mesmo que essas medidas suplementares de controlo orçamental deveriam focar-se em cortes da despesa, mas também no aumento dos rendimentos, como subidas dos impostos sobre bens de luxo e sobre o IVA.
As medidas extra devem ser incluídas na avaliação de 16 de Março e têm como objectivo ajudar a Grécia a cortar em 4% o défice orçamental até ao fim do ano.