in Diário de Notícias
Uma ideia a reter: não são aconselháveis grandes entusiasmos perante os indícios de recuperação económica
A 40.ª edição do Fórum de Davos terminou ontem sem consenso na reforma do sistema financeiro que muitos governos desejam e com a ideia de que não são aconselháveis grandes entusiasmos perante os indícios de recuperação económica. Na edição deste ano estiveram presentes, como habitualmente, os principais responsáveis financeiros, empresariais e políticos, entre os quais cerca de trinta chefes de Estado ou Governo, que debateram durante cinco dias a forma de regressar a um crescimento económico sustentado.
Ao longo das sessões, foram várias as personalidades que advertiram sobre a fragilidade dos indícios de recuperação económica e a retoma, por parte da banca, de práticas de risco.
O director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou que há um regresso ao crescimento económico "mais rápido do que o esperado, mas que é frágil".
Já o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, afirmou que se deve "melhorar consideravelmente a regulação" do sistema financeiro e torná-lo "mais resistente do que anteriormente", com normas globais.
Larry Summers, o principal assessor para a política económica do Presidente norte-americano, Barack Obama, assinalou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no quarto trimestre de 2009, de 5,7%, não é suficiente "para abrir a garrafa de champanhe".
Além de que, assinalou, o que se assiste "nos Estados Unidos, e também em outros países, é a uma recuperação económica estatística e a uma recessão humana" devido às elevadas taxas de desemprego.