in Jornal de Notícias
Com uma longa história de acolhimento em couchsoarfing (receber turistas estrangeiros em casa), a decisão de passarem a ser família de acolhimento AFS "surgiu naturalmente" quando, em 2007, Renata Sousa, 18 anos, conheceu dois jovens estrangeiros que estavam a estudar no seu liceu, em Oeiras, ao abrigo do programa AFS.
No ano lectivo 2008/2009, acolheram em casa Hannah, uma jovem alemã, e no ano passado foi a vez de Renata rumar à Alemanha para uma experiência que nunca irá esquecer.
Renata sempre soube que queria ir para a Alemanha fazer o seu programa de intercâmbio e, um ano e meio antes da partida, começou a fazer cursos intensivos de Alemão. Mas só quando lá chegou é que começou a desenvencilhar-se com a língua. Ficou colocada em Offenburg, numa família com três "irmãos" (um deles também a fazer o programa AFS na Tailândia) e tirou o máximo partido da localização.
Estava na Floresta Negra, numa cidade praticamente encostada a França, a 30 minutos de comboio de Estrasburgo, a duas horas de comboio de Estugarda (a capital do Estado) e a duas horas da Suíça. Não sabe ao certo quantas viagens fez, mas "saía todas as semanas", como mostram os muitos pontinhos negros que assinalam os locais onde esteve no mapa da Europa que tem pendurado na parede de acesso ao quarto.
Ia para a escola de bicicleta, mas para os passeios pelo país utilizava o passe custeado pelo programa: com apenas 29 euros, conseguia atravessar a fronteira e ir de comboio até à Suíça. Admite que a experiência a tornou "muito mais livre e independente".
Adriana Macedo, a mãe, não esconde o orgulho na filha e em todos os "miúdos" que se atrevem a ir um ano para um país que não conhecem e longe da família. "São supercorajosos", diz, admitindo que é uma experiência de partilha e de crescimento enorme. Nem o facto de a filha não ter tido equivalências - o que por vezes acontece neste programa - a preocupa. "Quero lá saber. Estou mais preocupada com as experiências que ela está a ganhar".