Por Jorge Heitor, in Jornal Público
Quase um terço da população de Malmo é estrangeira e teme estar na mira de um assassino
Os 30 por cento de habitantes da cidade sueca de Malmo com origem no estrangeiro andam aterrorizados, por temerem estar a ser alvo de um homem armado que durante este último ano foi referenciado 18 vezes pelas autoridades como presumível autor de ataques de móbil racista.
A polícia sueca está a investigar quem é que será o indivíduo, ou eventualmente o grupo, na origem dos incidentes de que foram vítimas pessoas pertencentes a minorias étnicas, as quais na Suécia tanto englobam ciganos como turcos, finlandeses, bósnios, croatas e sérvios, entre outros.
Existe uma tensão crescente quanto à política imigratória, num país onde um partido que é contra os estrangeiros, o Democratas da Suécia, obteve o mês passado votos suficientes para, pela primeira vez, entrar no Parlamento.
Em Outubro do ano passado, uma mulher de 20 anos e um homem de 21 que se encontravam sentados num automóvel foram alvejados, não tendo ela conseguido sobreviver aos tiros que levou.
Os elementos da minoria étnica de Malmo, no Sul do país, frente à Dinamarca, já foram avisados pela polícia de que devem tomar precauções especiais, depois de mais duas mulheres terem sido alvejadas quinta-feira à noite, quando se encontravam na cozinha de sua casa.
Dias antes, dois negros haviam sido atingidos a tiro nas costas quando aguardavam autocarros, em dois incidentes separados, mas que a polícia concluiu ter envolvido a mesma arma de elevado calibre. Mas só nesta última semana é que a polícia sueca começou a seguir a pista de grupos de extrema-direita poderem ter algo a ver com estes crimes de carácter racista que se estão a acumular.
As autoridades procuram muito em especial um homem de 20 a 40 anos que testemunhas viram a fugir dos locais de alguns dos incidentes deste tipo. Tahmoures Yassami, dirigente da Associação Iraniano-Sueca da cidade de Malmo, afirmou ao site de língua inglesa The Local que muitas famílias imigrantes se encontram aterrorizadas.
Erik Ullenhag, o novo ministro da Integração, já se deslocou à cidade, tendo considerado ser "ainda muito cedo para se tirarem quaisquer conclusões políticas".