6.1.12

Clima económico e confiança dos consumidores atingiu mínimos históricos em Dezembro

in Jornal de Notícias

Os indicadores de clima económico e de confiança dos consumidores para Portugal divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística atingiram novos mínimos históricos em Dezembro, segundo dados divulgados esta sexta-feira.

O indicador de clima económico (calculado através de inquéritos a empresas vários sectores de actividade) atingiu um valor de -4,4, confirmando a trajectória descendente que mantém desde Outubro de 2010.

O indicador de confiança dos consumidores (calculado através de inquéritos a particulares) também desceu ao valor mínimo de sempre, baixando para -56,8.

Também esta sexta-feira o Eurostat (gabinete estatístico da Comissão Europeia) divulgou o seu índice de sentimento económico, onde os dados para Portugal registam uma ligeira melhoria. O índice do Eurostat é calculado através de uma metodologia diferente da do INE.

O indicador de clima do INE procura medir as expectativas dos agentes económicos quanto à evolução da actividade.

As expectativas são más. Todos os componentes do indicador se degradaram em Dezembro.

Quatro deles atingiram também novos mínimos históricos: a confiança dos consumidores e dos sectores da construção e obras públicas, serviços e comércio caiu para os valores mais baixos de sempre. A única excepção foi a confiança da indústria transformadora -- que no entanto também sofreu uma forte diminuição.

Os indicadores de confiança do INE são calculados através de médias móveis de três meses dos saldos de respostas extremas a inquéritos - isto é, um número negativo significa que houve mais respostas pessimistas que optimistas.

Por exemplo, no caso do sector da construção o valor registado pelo indicador é -65,1, um valor extremamente baixo e um recorde negativo.

Desde Junho de 2008 que os resultados do inquérito para este sector se deterioram praticamente todos os meses. Ainda assim, nota o INE, considerando apenas os resultados de Dezembro e não as médias de três meses, houve uma "recuperação" na confiança da construção.

No sector dos serviços, o INE destaca que a área com o agravamento mais forte em Dezembro foi "alojamento, restauração e similares" -- possivelmente já incorporando as expectativas do efeito do aumento da taxa do IVA na restauração (de 13 para 23%) no início deste ano.

No comércio, prolongou-se uma tendência negativa que vem desde Julho de 2010. A confiança caiu tanto no comércio a grosso como a retalho, registando-se, no caso dos grossistas, mais um recorde negativo.

As expectativas deste sector quanto ao emprego também registaram mínimos históricos em Dezembro. Estes valores são corrigidos de sazonalidade - isto é, não incorporam os efeitos da época de Natal.