5.1.12

Licenciatura faz diferença na hora de procurar emprego

in RR

Dois estudos mostram que quem tem um curso superior pode conseguir um melhor salário e conseguir emprego com menos dificuldade.

Um estudo da consultora do grupo Michael Page e um outro, da Universidade Técnica de Lisboa, mostram que, apesar da crise, Portugal ainda tem bolsas de emprego e que a licenciatura ajuda a abrir portas.

A quase totalidade (95%) dos diplomados que saíram da Universidade Técnica de Lisboa (ULT) conseguiu emprego no ano a seguir à licenciatura, com um salário médio de mil euros.

“A empregabilidade dos diplomados da Universidade Técnica de Lisboa é praticamente total. E o que verificamos é que [após o primeiro ano], a maioria não mudou de emprego e o salário médio ronda os mil euros”, refere à Renascença a reitora da UTL, sublinhando que os dados dizem respeito a 2009.

A responsável receia, por isso, que os próximos anos “não sejam tão bons, porque a situação económica do país está o que nós sabemos. Penso que nos diplomados em 2010 já deve estar reflectido [a crise] e ainda mais nos outros a seguir”.

Helena Pereira deixa hoje a reitoria da Universidade Técnica, que realizou o estudo sobre empregabilidade pelo segundo ano consecutivo, a todos os diplomados das suas diferentes faculdades.

Profissões comerciais têm mais saída
Um outro estudo, da consultora do grupo Michael Page, mostra que há sectores que continuam a recrutar pessoal e que o factor qualificação pesa na hora de contratar.

“Os sectores para os quais nós mais recrutámos durante o ano de 2011 foram o retalho, grande distribuição; dentro das áreas financeiras, sector segurador; e depois, no consumo, a electrónica de consumo. Mas é preciso realçar que estamos a falar, muitas das vezes, de funções de cariz comercial, funções de marketing e, no sector segurador, aí sim bastante, funções de cariz técnico também”, indica Sílvia Nunes, responsável da empresa em Portugal.

“Estamos a falar concretamente de perfis com bacharelato, licenciatura, portanto, formação superior, numa média a partir dos dois, três anos de experiência profissional”, sublinha à Renascença.

Os salários oferecidos “são salários acima daquilo que é a média nacional, porque estamos a falar de perfis qualificados e, portanto, valores acima dos mil euros”. Mas nota-se “um decréscimo do valor numérico da oferta”.

“A contratação que se fazia no ano de 2007, numa determinada função, hoje faz-se a valores muito menos significativos, sem dúvida”, afirma.

Quanto ao limite de idade, Sílvia Nunes diz não haver: “Temos colocado muitas pessoas entre os 40 e os 50 anos”.

Admite, contudo, que a procura desceu e não é “tão fácil retomar o mercado de trabalho”.

“Para perfis não qualificados, obviamente que as coisas estão mais complicadas ainda”, acrescenta.

Quanto aos contratos de trabalho, a maioria são a seis meses, mas também há a termo certo, depois renovados.