in Jornal Público
Os trabalhadores portugueses manifestam elevada satisfação com as condições de trabalho, mas são, na Europa, os que mais receio têm de perder o emprego, segundo um estudo ontem divulgado. Dois em cada dez trabalhadores têm medo de perder o emprego nos próximos seis meses, um número significativamente mais alto do que no resto da Europa: em França, por exemplo, este receio afecta apenas 7,7 por cento.
O relatório da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho, ontem divulgado, fez a avaliação da estrutura laboral em 31 países. A pesquisa mostra que os trabalhadores portugueses estão em geral satisfeitos com as condições de trabalho, embora haja uma preocupação com o salário, a qualidade de trabalho e a flexibilidade laboral.
Os dados reportam-se a 2005, quando a Europa tinha 235 milhões de empregados. Em Portugal, trabalhavam nessa altura 67,8 por cento das pessoas, 19,4 por cento das quais em regime de contrato temporário.
Segundo o estudo, 84,9 por cento dos portugueses estavam contentes com as condições de trabalho de que dispunham, quando a média da União Europeia a 27 era então, para este indicador, de 83,3 por cento, e a da Europa a 15 era de 84,8 por cento.
No entanto, apesar de um em cada três trabalhadores portugueses acreditar ter boas perspectivas de carreira, uma proporção significativamente mais baixa do que a média na UE acredita ser bem paga pelo trabalho executado. Segundo o relatório, os trabalhadores portugueses são os que afirmam estar menos satisfeitos com o salário que recebem para o trabalho que desempenham. Apenas 28,6 por cento consideram que estão a ser bem pagos, enquanto em Espanha este valor quase duplica, situando-se nos 47,7 por cento. A média na Europa a 27 situa-se nos 43,2 por cento e, na Europa a 15, nos 47 por cento. Lusa/PÚBLICO