Fernando Basto, in Jornal de Notícias
Computadores com Internet de banda larga em todas as salas de aula. Kits tecnológicos nas escolas. Mais quadros interactivos. Cada vez mais, as novas ferramentas de informação e comunicação vão entrando no meio escolar, permitindo aos professores melhorar o processo de ensino-aprendizagem. Em algumas escolas, há docentes que já não concebem o seu dia-a-dia escolar sem a ajuda das novas tecnologias. Agora, dão ânimo aos colegas para vencer o medo às máquinas, mostrando os resultados gratificantes que obtiveram numa maior motivação da gente jovem, já completamente dependente das novas tecnologias.
"Não podemos continuar a usar só o giz e o quadro. Ou os professores acompanham a evolução, ou daqui a meia dúzia de anos estão completamente desactualizados", defende Elisa Filipe, professora de Matemática da Escola Secundária com 3.º Ciclo dos Carvalhos. A ideia é apoiada pelas colegas Idalina Santos, do mesmo grupo disciplinar, e Ângela Silva, docente de Português. Há três anos, o desafio de lançarem um projecto educativo com o apoio das novas tecnologias uniu-as.
A "Escola Virtual" - um projecto educativo da Porto Editora, apoiado nas novas tecnologias - dotou a escola com dois quadros interactivos e disponibilizou a plataforma educativa. Ali, professores e alunos passaram a dispor de uma infinidade de materiais multimédia e interactivos que facilitam o ensino-aprendizagem.
"Agora, para prepararmos as aulas, podemos recorrer aos conteúdos que ali temos. E as aulas são mais atractivas. Em Português, por exemplo, os alunos podem ouvir uma voz que lê os textos. E em disciplinas das áreas das ciências, as animações permitem explicar tudo muito melhor", disse Ângela Silva.
Em casa, os alunos que tiverem Internet, podem rever toda a aula, reler aquilo que não perceberam muito bem na escola e resolver muitos exercícios, com correcção automática.
"Em Matemática, pedir a um aluno que se abstraia e se imagine dentro de um cubo não é tarefa fácil para todos. Com a ajuda das animações da Escola Virtual, eles conseguem perceber tudo muito melhor", juntou Idalina Santos.
As professoras não têm dúvidas em que as novas tecnologias ajudam a "prender" os alunos, mesmo aqueles menos motivados ou os mais mal comportados.
"As novas tecnologias não substituem o professor, pois o seu papel é fundamental na aula. E os alunos sentem-no mais companheiro, há muito maior espírito de equipa e muito mais cumplicidade entre professor e aluno", explicou Ângela Silva.
As docentes lamentam que a maioria dos colegas sintam medo das máquinas, de lidar com elas e de se saírem mal perante os alunos, que facilmente as dominam. "A verdade é que os professores não podem continuar agarrados ao giz e ao quadro, quando os alunos sentem-se cativados pelas novas tecnologias", sublinhou Elisa Filipe.
Ângela Silva não tem dúvidas de que, graças à Escola Virtual, os alunos mais fracos e os médios demonstraram maior sucesso escolar, o que se reflecte nas notas finais obtidas.