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A maioria dos pobres portugueses em idade activa tem trabalho, revela hoje um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Ter emprego não significa deixar de ser pobre, já que cerca de 80% do pobres em Portugal em idade activa estão em risco de pobreza, revela a OCDE, num documento com indicadores relativos a 2004/2005.
O risco de pobreza é mais elevado em famílias de um só empregado e com um filho, bem como nos lares com elementos em idade de reforma e apenas um empregado.
O sub-emprego, que também é elevado em Portugal, representa o maior risco para a pobreza entre os trabalhadores.
Custos com desemprego aumentam
Portugal é um dos países membros da OCDE que mais aumentou os apoios ao desemprego, em percentagem do PIB, por causa da crise: passou de 0,15% do Produto Interno Bruto, em 2004, para 0,45% nos últimos dois anos.
O trabalho temporário – outro dado do relatório – representava, há quatro anos, 20% do total do emprego no país. Portugal continua, contudo, no fim da lista dos países com mais mobilidade laboral.
A OCDE faz notar, neste âmbito, que o modelo da flexisegurança nórdico não apresenta grandes resultados.
O relatório revela ainda que Portugal é dos países com a duração mais longa do subsídio de desemprego.