Virgínia Alves*, * COM, L.P.W., in Jornal de Notícias
"A situação económica melhorou consideravelmente em relação ao segundo trimestre, o que faz prever um crescimento mais dinâmico no segundo semestre do ano", afirmou ontem, segunda-feira, a Comissão Europeia que mantém o crescimento em -4%.
As previsões intercalares divulgadas ontem pela Comissão Europeia apontam para um segundo semestre um pouco mais positivo, com o Produto Interno Bruto a crescer 0,2% no terceiro trimestre e 0,1% no quarto. Bruxelas manteve em -4% a previsão de crescimento económico europeu para 2009, o mesmo valor de Maio.
Em conferência de imprensa, o comissário europeu dos Assuntos Económicos e Monetários, Joaquín Almunia, disse que é a primeira vez desde a falência do banco norte-americano Lehman Brothers, há um ano, que pode falar de "optimismo".
"A situação melhorou, principalmente devido às quantidades de dinheiro injectado na economia pelos bancos centrais e autoridades públicas, mas as debilidades económicas continuarão a repercutir-se no emprego e nas finanças públicas". Daí a necessidade de "continuar a aplicar as medidas de recuperação anunciadas para 2009 e 2010 e acelerar a reforma do sector financeiro", referiu o comissário europeu.
A actualização ontem divulgada baseia-se apenas na evolução em sete estados-membros, cuja economia influencia as restantes economias da União Europeia, representando 80% do PIB na UE.
Assim, três desses países melhoraram as suas perspectivas de crescimento: Alemanha (de -5,4, previsão da Primavera, para -5,1%), França (de -3 para -2,1%) e Polónia, com previsão positiva (de -1,4% para 1%).
Para as outras quatro grandes economias Bruxelas prevê uma degradação: Espanha (-3,2% para -3,7%), Itália (de -4,4 para -5%), Holanda (de -3,5 para -4,5%) e Reino Unido (de -3,8 para -4,3%).
As previsões também se mantêm para a inflação este ano (0,9% na UE e 0,4% na Zona Euro).
O ministro da Economia, Teixeira dos Santos comentou estes números dizendo: "A economia europeia vai crescer. Para o ano, penso que podemos esperar melhorias significativas". E sublinhou que "é o fim da recessão técnica. Mas a crise não acabou. É muito cedo para desligar o doente da máquina. Ainda vamos sentir os efeitos da crise".