1.10.09

Novos pedidos de subsídio de desemprego caíram 18%

por Vítor Martins, in Diário de Notícias

Número de inscritos nos centros de emprego do IEFP agravou-se em Agosto, mas novos pedidos de subsídio baixaram. A maior queda é no subsídio social.

São os primeiros sinais de melhoria no mercado do trabalho - os novos pedidos de subsídio de desemprego sofreram, em Agosto, uma quebra de 18%, apesar de o número de inscritos nos centros de emprego ter voltado a agravar-se. Ao todo, no último mês foram requeridos apenas 17 947 apoios, menos 10 mil que no "pico" da crise, em Março. A maior descida foi no subsídio social de desemprego (-29,8%), que abrange pessoas de baixo rendimento ou que já esgotaram o prazo normal do subsídio sem terem conseguido encontrar trabalho. Mesmo assim, os novos pedidos de subsídio estão ainda 22% acima dos números registados há um ano, de acordo com os números da Segurança Social a que o DN teve acesso .

O economista Daniel Bessa desvaloriza os dados. "Em Agosto, o número de desempregados aumentou. Avaliado pelo número de trabalhadores que recebem subsídio está agora quase 40% acima dos níveis de há um ano, ou seja, mais 150 mil desempregados, números redondos. Que, no meio de tudo isto, o número de novos desempregados tenha sido, em Agosto, menor do que em Julho, não pode ser muito importante; poderia, lá bem no fundo, ser tomado como um sinal de esperança, de que o ritmo do desemprego estaria a diminuir, mas nem isso é seguro: como se sabe, Agosto é um mês em que tende a aumentar o trabalho sazonal, em múltiplas actividades ligadas ao Verão e ao período de férias", declarou ao DN.

Lisboa é, de acordo os dados referidos, a campeã dos requerimentos de subsídio de desemprego - 3010 deferidos, uma fatia de 22% do total. Logo a seguir vem o Porto (2743), Setúbal (1261) e Braga (1182). A maior parte dos beneficiários são mulheres (179 004), sobretudo com idades entre 30 e 34 anos (24 363); os homens são 159 mil e os que estão na faixa entre 55 e 59 anos.

Em termos médios, cada beneficiário recebeu em Agosto 462,57 euros de subsídio de desemprego, contra 458,33 euros no mês anterior. O valor mais alto é pago em Lisboa (602,63 euros), ficando Bragança em último lugar no ranking, com 447,67 euros.

Apesar da quebra nos novos pedidos, o número de beneficiários com prestações de desemprego continua a aumentar. São agora 336 020, mais 0,01% que há um mês e 39,45% mais que em Agosto de 2008. Ou seja, mais 93 mil pessoas que dependem deste apoio para sobreviver.

Deste total, há 20 962 estrangeiros a viver do subsídio, menos 1,94% que em Julho, mas mais 69,45% que há um ano. A esmagadora maioria são trabalhadores dos PALOP (6761), do Brasil (6199) e da Europa de Leste (4782), que perderam os empregos, sobretudo na construção e restauração.

O pior é que, a acreditar no número de desempregados inscritos no IEFP, há 165 643 pessoas que não têm trabalho, nem recebem qualquer apoio do Estado. Mais cinco mil que há um mês.