Mónica Silvares, in ECO
António Costa disse que “só na poesia basta Deus querer, o homem sonhar e a obra aparecer”. “Na vida real é um bocado mais difícil", reconheceu.
Este semestre serão lançados dois novos avisos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para apoio domiciliário, anunciou esta terça-feira a ministra do Trabalho e da Segurança Social.
Numa vista às obras da Unidade Social integrada da Portela, um projeto financiado pelo PRR, mas também pela Cruz Vermelha Portuguesa e a autarquia de Loures, Ana Mendes Godinho anunciou que serão “lançados este semestre dois novos avisos para apoio domiciliário 4.0, qualificado e com acompanhamento tecnológico e teleassistência para que os idosos passem a estar ligados garantindo assim um acompanhamento personalizado”. E um outro para “permitir pequenas obras de adaptação das casas — uma banheira, um corrimão ou uma escada — para que as pessoas passam envelhecer nas suas casas de forma ativa, ainda que com acompanhamento domiciliário”, explicou a ministra.
A Unidade Social integrada da Portela, que representa um investimento de 7,6 milhões de euros, sendo que o PRR apenas financia 1,6 milhões, pretende promover dois tipos de resposta: residencial, para cerca de 160 utentes com cuidados continuados, e de apoio domiciliário para cerca de 300 idosos para promover assim um envelhecimento ativo. O objetivo é “aumentar respostas de qualidade que promovam a autonomia e a independência”, precisou a Ana Mendes Godinho.
O primeiro-ministro, que tem todas as semanas iniciativas para demonstrar a aplicação do PRR no terreno, explicou que este é “um bom exemplo” de com a bazuca europeia permite dar uma resposta mais significativa aos problemas estruturais do país, seja nas respostas sociais, seja na habitação.
“No programa PARES, financiado pelo orçamento da Segurança Social temos previstas 18 mil camas, mas temos mais 15 mil graças ao PRR”, sublinhou António Costa. “O PRR acrescenta ao que o país é capaz de fazer”, frisou. “Com o PRR aumentou 33% a capacidade do país em termos de respostas sociais”, acrescentou.
Mas num recado aos críticos da lenta execução do PRR, António Costa disse que “só na poesia basta Deus querer, o homem sonhar e a obra aparecer”. “Na vida real é um bocado mais difícil. É necessário que os arquitetos projetem, que as instituições contratem empreiteiros, que os empreiteiros montem estaleiro, comprem materiais e comecem a executar a obra”, frisou.
Sublinhando que esta obra tem “um prazo de execução”, António Costa justifica que o PRR apenas pagou ainda 20% do valor porque se trata do adiantamento. O restante será pago “à medida que a obra for avançando”. “Significa que o PRR está parado?”, questionou. “Não significa que o PRR está a andar”, respondeu.
De acordo com o mais recente relatório semanal de monitorização da aplicação do PRR, até 8 de março, foram pagos 1,55 mil milhões de euros aos beneficiários finais (9%). Um valor que pouco avançou face ao início do ano.
O Presidente da República aproveita todas as intervenções para alertar para a necessidade de acelerar a execução dos fundos europeus, lembrando que esta é uma oportunidade que Portugal não pode perder. António Costa também aproveita todas as intervenções para responder e esta terça-feira não foi exceção.
“O PRR está a ser executado a bom ritmo, para ser executado a tempo e horas”, concluiu.