Alexandra Figueira, in Jornal de Notícias
Disparidades regionais mantiveram-se no ano passado, segundo o Instituto de Estatística
Nem ganhou nem perdeu. No ano passado, o Norte manteve o nível de riqueza face ao resto do país. Os dados preliminares do Instituto de Estatística dizem que a região sofreu tanto com a crise quanto a média nacional.
Já em 2007 o Norte tinha registado um nível de riqueza, por habitante, equivalente a 80% da média nacional. Ou seja, enquanto que, em média, um português gerava 10 de riqueza, um nortenho só produzia 8. Um lisboeta, por comparação, produzia 14. No ano passado, esta disparidade regional manteve-se. Ou seja, a região Norte não se aproximou do nível de riqueza do resto do país, mas também não perdeu terreno, como a forte quebra nas exportações e o disparar do desemprego deixavam temer.
Na mesma situação ficaram a região Centro (cuja riqueza corresponde a 85% da média do país) e Lisboa, que continua a liderar, com 138% da média. Já o Algarve e o Alentejo ficaram comparativamente mais pobres, enquanto que, pelo contrário, a Madeira continuou a ganhar terreno.
Entre as 30 regiões NUT III continuaram a registar-se "assinaláveis assimetrias", diz o INE. Nos extremos estão a Grande Lisboa (que produz 163% da riqueza média) e o Tâmega (com apenas 59%). Dentro de cada uma das cinco grandes regiões, as maiores disparidades registam-se entre o Grande Porto e o Tâmega, dentro do Norte; entre o Baixo Mondego e o Pinhal Interior Norte, no Centro; entre a Grande Lisboa e a Península de Setúbal, em torno da capital; e entre o Alentejo Litoral e o Alentejo Central, mais a Sul.
O ano de 2008 marcou uma ligeira recuperação de algumas regiões portuguesas face à média quer dos Quinze países da União Europeia (os que entraram antes ou ao mesmo tempo que Portugal) quer dos actuais 27.
Não só a riqueza portuguesa passou de 71% para 72% da média a Quinze, como as regiões Norte e Madeira recuperaram ligeiramente o atraso. No ano passado, a região autónoma produziu o equivalente a 92% da média dos países europeus, mas o Norte está nos 58%. O Centro (61%), Lisboa (99%) e os Açores (64%) não sofreram mexidas, mas o Alentejo (67%) e o Algarve (74%) baixaram ligeiramente.
Se é esta a posição relativa de cada região face à média de Portugal, já em número absoluto os dados contam uma história diferente. Deduzindo a inflação, o Norte e Lisboa produziram menos 0,1% do que no ano anterior, enquanto que o Algarve regista uma quebra de 0,5%. Pelo contrário, o Centro viu a riqueza aumentar em 0,5% e a Madeira 0,6%, enquanto que os Açores dispararam 2,3%.
Já quanto à produtividade aparente do trabalho, medida pela relação entre a riqueza ou o valor acrescentado e o emprego, só o Norte, o Centro e a Região Autónoma dos Açores estão abaixo da média nacional.