in Diário de Notícias
A ministra do Trabalho aproveitou ontem a conferência de lançamento do Ano Europeu da Luta contra a Pobreza e Exclusão Social, em Madrid, para desafiar a União Europeia (UE) a criar novos instrumentos de combate à pobreza. Garantido o total empenho do governo de Lisboa, Helena André recordou que "a UE deve assumir a grande responsabilidade de fazer deste Ano Europeu um mote para desenhar novos instrumentos de combate na luta contra a pobreza e a exclusão social numa Europa" onde se vive um cenário de crise económica e de desemprego.
Helena André garantiu que Portugal - onde 18% da população está em risco de pobreza - assume as suas responsabilidades no projecto colectivo e que "está firmemente empenhado" na recuperação da crise através de medidas políticas centradas no emprego e na protecção social.
Já o presidente da Comissão Europeia lembrou que para 8% dos europeus o emprego não tem sido "suficiente para poder sair da pobreza". Para Durão Barroso, esta é uma situação "inadmissível", que obriga a políticas menos tradicionais, que incluam um rendimento mínimo garantido. "Aqueles para quem o trabalho não seja uma opção realista devem ter igualmente um rendimento mínimo adequado compatível com uma vida digna", afirmou. E frisou que a Estratégia UE 2020 é essencial no combate à pobreza e deve assentar em medidas que apostem na criação de emprego e que vão além de paliativos tradicionais, com políticas inclusivas e de solidariedade.