in Diário de Notícias
Novas qualificações para os trabalhadores do futuro é a estratégica defendida.
A definição de medidas eficazes para fomentar o emprego de jovens e mulheres na UE é um dos temas dominantes na agenda da reunião informal dos ministros europeus do Emprego e Segurança Social que hoje começa em Barcelona.
Para a presidência espanhola da UE, estas devem ser as questões fundamentais no centro da estratégia europeia sobre o emprego, que deve apostar no "valor acrescentado" em vez de competir em custos laborais.
A posição que a presidência espanhola da UE apresentará aos 27 foi ontem dada a conhecer num encontro prévio ao conselho informal que a secretária-geral de Emprego espanhola, Maravillas Rojo, manteve com jornalistas.
Rojo destacou que se evidencia já uma "grande preocupação" em avançar com medidas "eficazes" para que os jovens e as mulheres consigam ter acesso a postos de trabalho.
A responsável espanhola reconheceu que nesta matéria a Estratégia de Lisboa ficou aquém das expectativas, com "conteúdos que se viram frustrados" pela crise económica e o seu impacto no emprego, pela globalização e pelo envelhecimento da população.
Daí que Espanha pretenda que se mantenham alguns dos objectivos da Estratégia, mas adaptando-os numa nova política para os próximos dez anos, a denominada "Estratégia 2020", um dos pilares da presidência rotativa da UE.
O encontro de Barcelona vai centrar-se em duas linhas de trabalho: como enfrentar a saída da crise e as novas qualificações para os empregos do futuro. Lições aprendidas depois da crise, os novos desafios que enfrentam a UE e quais as políticas mais eficazes já em curso, em alguns Estados, ou que podem ser implementadas, centram os debates.
Os ministros analisam depois o que é necessário para qualificar a mão-de-obra para os novos empregos que se criarão, especialmente pelo impulso das novas tecnologias.
Maravillas Rojo defendeu que é vital que a UE esteja "consciente" de que muitos trabalhadores têm de dispor das competências e qualidades adequadas para as mudanças profissionais em curso e que se avizinham.
Aceitar e responder adequadamente a esse desafio pode ser "o verdadeiro motor" para que a UE recupere a actividade, defendeu, acrescentando que "se a UE quer sair da crise, deve apostar num novo modelo produtivo". Destaque para os empregos "verdes" (que respeitem o ambiente), "azuis" (relacionados com as novas tecnologias) e "brancos" (vinculados ao serviço às pessoas)".