in Jornal de Notícias
A Comissão Europeia considera que a retoma da economia europeia continua a ganhar forma, com a projecção de um crescimento de 1,7% em 2011 e de 2% em 2012, mas admite desequilíbrios entre os Estados-membros.
Para Portugal e Grécia, Bruxelas prevê contracções em 2011, com recuos no crescimento económico de 1% e 3%, respectivamente, que destoam das projecções destas "Previsões de Outono" do executivo comunitário para a zona euro, onde é também esperado um crescimento de 1,5% no próximo ano e de 1,8% em 2012.
Relativamente às "Previsões da Primavera", divulgadas em Maio, Bruxelas revê em alta o crescimento para o ano, apontando que "excedeu as expectativas", sobretudo no segundo semestre, devendo situar-se nos 1,8% no conjunto da União (a previsão anterior apontava para 1,7%).
Segundo a Comissão, com a retoma da economia europeia a consolidar-se, também as condições do mercado de trabalho e as situações orçamentais deverão conhecer progressos, ainda que lentos, prevendo Bruxelas que a taxa de desemprego na UE a 27 caia para os 9,1% em 2012 (contra 9,6% este ano e 9,5% em 2011) e o défice público baixe para os 4,2% por cento do PIB dentro de dois anos (contra 6,8% este ano e 5,1% no próximo).
Comentando estas "previsões de Outono", o comissário europeu para os assuntos económicos e monetários, Olli Rehn, congratulou-se com as projecções, designadamente por estas apontarem para uma recuperação no emprego e défices públicos, mas admitiu que "esta recuperação é desigual, e muitos Estados-membros estão a atravessar um período difícil de ajustamento".
O comissário destacou por isso a importância de prosseguir de forma determinadas as políticas de consolidação orçamental, bem como medidas para fomentar o crescimento, apontando que "a turbulência nos mercados de dívida soberana sublinha essa necessidade de uma acção política robusta".