por Patrícia Jesus, in ">Diário de Notícias
Organização registou 2340 toneladas, aumento de 26% em relação a 2009
Apesar da crise, os portugueses deram este fim-de-semana pelo menos mais 483 toneladas de alimentos ao Banco Alimentar contra a Fome do que no ano passado. Às 18.00 de ontem, os 18 bancos já tinham recolhido 2340 toneladas, mais 26% do que em Novembro de 2009 à mesma hora. Um resultado ainda provisório - muitos super e hipermercados começam a fechar depois das 21.00 - que mostra "generosidade e união dos portugueses em momentos difíceis", diz a presidente do Banco, Isabel Jonet.
Houve tantas doações que os responsáveis tiveram de recorrer à ajuda de empresas para conseguir paletes para transportar os alimentos. "Houve um movimento recorde até na Terceira, onde fizeram a primeira recolha e nunca esperaram receber tantos produtos". E como os recursos físicos são escassos tiveram de pedir ajuda. Já os recursos humanos não faltaram. Pelo contrário, havia filas de voluntários à espera.
E muito trabalho para fazer: durante o dia não pararam de chegar carrinhas carregadas ao armazém de Alcântara, em Lisboa. Carolina, Andreia, Raquel e Inês, quatro colegas de escola que estão a fazer um trabalho sobre a erradicação da pobreza, decidiram ser voluntárias. No sábado estiveram a recolher alimentos e ficaram impressionadas com o que viram. "São as pessoas que parece que têm menos que dão mais", diz uma. "E as mais velhas", acrescenta outra. E houve mais do que uma que entregou carrinhos cheios, concluem orgulhosas.
No ano passado, incluindo os vales vendidos nas lojas, foram dadas 2490 toneladas. A campanha "a sua ajuda vale", aliás, continua até domingo e pode fazer aumentar o recorde que já se adivinha.
Outra campanha para combater a fome que já está a ter resultados é a de António Costa Pereira. O piloto tinha lançado, há três meses, uma petição na internet para evitar o desperdício das sobras dos restaurantes, como o DN noticiou na altura.
A petição foi assinada por mais de cem mil pessoas. E chamou a atenção do secretário-geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRSP), José Manuel Esteves. Assim, a AHRSP vai lançar já no próximo mês uma iniciativa, chamada Direito à Alimentação, para entregar as refeições que sobram a quem precisa - em vez de irem parar ao lixo.