in Jornal de Notícias
O número de doentes infectados pela epidemia de Sida diminuiu 19% relativamente a 2009, o que acontece pela primeira vez desde 1999.
Doente com Sida
No "Relatório Global da ONUSIDA - Epidemia de Sida", divulgado hoje, terça-feira, destaca-se que "desde 1999, ano em que se acredita que a epidemia atingiu, globalmente, o pico, o número de novas infecções diminuiu 19% cento".
Ou seja, em 2009 foram registadas 2,6 milhões de pessoas infetadas com VIH, enquanto em 1999 aquele valor foi de 3,1 milhões de pessoas.
O objectivo continua a ser "discriminação zero, zero novas infeções por VIH, e zero mortes relacionadas com a Sida", através do acesso universal a medidas eficazes preventivas do vírus, tratamento, cuidados e apoio.
Apesar dos ganhos alcançados, o documento recorda que o "progresso futuro depende fortemente de esforços conjuntos de todos os envolvidos" no combate à epidemia.
O relatório dá ainda como exemplo dos avanços registados o facto de 5,2 milhões de pessoas, das cerca de 15 milhões que necessitam de tratamento antirretroviral, e que vivem em países de rendimento baixo ou intermédio, terem actualmente acesso a essas medidas terapêuticas.
O resultado é a diminuição do número de mortes relacionadas com a Sida segundo a ONU.
Dados encorajadores em África
Face aos esforços continuados de prevenção, o continente africano, desde sempre associado ao aumento continuado dos casos de SIDA, apresenta neste relatório dados encorajadores.
Com efeito, em 33 países considerados para avaliação das políticas de combate à epidemia, entre 2001 e 2009, conclui-se que a incidência diminuiu mais de 25% e, destes, 22 situam-se na África subsaariana.
"As maiores epidemias na África subsaariana - Etiópia, Nigéria, África do Sul, Zâmbia e Zimbabué -, ou estabilizaram ou apresentam sinais evidentes de declínio", refere o estudo.
Esta tendência é, todavia, invertida em várias regiões e países. Em sete países, cinco dos quais na Europa de Leste e Ásia Central, a incidência do VIH aumentou mais de 25% no mesmo período.
"Parar as infecções, salvar vidas e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com o VIH continuam a estar no centro da resposta global à Sida. Os sucessos e os desafios contínuos, descritos neste relatório, devem servir de catalisadores para a ação continuada", sustenta-se no documento.