Ana Valente, in IOL Diário
São homens e mulheres que vivem à margem da sociedade e estiveram durante dois dias a viver paredes-meias com os homens e mulheres mais poderosos do mundo
Este é local de passagem de muitos durante o dia...e a casa de outros, apenas por algumas horas. À noite, a Gare do Oriente, em Lisboa, dá abrigo a homens e mulheres que vivem à margem da sociedade. Entre as 23h30 e as 06h00 dezenas de pessoas dormem ali.
Aqui cruzam-se histórias de vidas não vividas na plenitude, mas de vidas que procuram a sobrevivência, um dia de cada vez. O desemprego e a exclusão social levam para a rua todos os dias centenas de pessoas.
João Abrantes tem 38 anos. Há 5 que está na rua. Acredita que o álcool foi o pior caminho, agora resta-lhe a esperança.
Também Artur Freitas recebe com gratidão a refeição de todos os dias. A vida levou-o a ficar sozinho e com apenas com 156 euros mensais que recebe de França.
Resta-lhes a boa vontade de voluntários que lhes dão companhia e uma refeição quente.Uma realidade cruel que esteve lado a lado com a cimeira da NATO do passado fim-de-semana.
A Associação de Apoio ao Sem-abrigo tem um papel fundamental na vida destas pessoas. Fazem muito mais noutros locais da cidade de Lisboa e no resto do país. Um trabalho com poucos meios, mas de que se orgulham.