9.6.23

Manuel Tereso, presidente da Fenache: Uma casa comprada numa cooperativa de habitação “fica 30 a 40% mais barata que no mercado”

Maribela Freitas Jornalista, João Luís Amorim Sonoplasta e João Ribeiro Sonoplasta, in Expresso



O presidente da direção da Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (Fenache) dá mesmo como exemplo uma cooperativa em Lisboa que acabou há dois anos um empreendimento em que “um T2, com garagem, custou às pessoas que o compraram 120 mil euros, junto ao Parque das Nações”. Quem se entusiasme com este modelo habitacional, saiba que, para aceder a este produto tem de se envolver na gestão e decisões da cooperativa que possa vir a integrar. E é aí que Manuel Tereso considera que existe uma falha, dado o pouco conhecimento e interesse das gerações mais jovens, em se comprometerem com estas organizações que podem ajudar a resolver o problema da habitação


São cerca de 180 mil os fogos já edificados por cooperativas de habitação em Portugal após o 25 de Abril de 1974. E, segundo dados da Fenache, já existiram 500 cooperativas de habitação, um número que hoje não ultrapassa a centena, sendo que nem todas estão ativas. Manuel Tereso explica neste episódio do Expresso Imobiliário que a génese destas entidades está na “necessidade da sociedade civil se organizar” para resolver um problema.

E quem acedia a uma cooperativa de habitação? “Aqueles que não eram suficientemente pobres para que o Estado lhes providenciasse uma casa nem eram suficientemente abastados para o mercado lhes fornecer uma casa. É um limbo de gente significativo que hoje é a chamada classe média, que é quase a população do país”, refere o presidente da Fenache. Na sua opinião é preciso atualmente mobilizar as comunidades para serem elas a resolver o seu problema da habitação, mas com condições mínimas. Acredita que há de haver uma altura em que jovens e outros menos jovens, hão de perceber que têm de colocar nos seus ombros o problema da habitação e deixar de estar à espera que o Estado ou as autarquias o resolvam. E será nesse momento que as cooperativas de habitação podem fazer a diferença.

Este décimo segundo episódio do Expresso Imobiliário foi conduzido por Maribela Freitas e teve sonoplastia de João Luís Amorim e João Ribeiro.