A.M., in Jornal de Notícias
Uma das conclusões do estudo "Comportamentos de Saúde de adolescentes migrantes e o efeito protector da relação com os avós", é a maior tendência para comportamentos de risco, ao nível sexual e de saúde .
O relatório que "até ao final de Outubro será apresentado em várias reuniões internacionais", segundo disse ao JN, Margarida Gaspar, uma das autoras, indica que são em maior número os jovens migrantes que admitiram fumar, pelo menos uma vez por semana.
Também é proporcionalmente mais elevado o abuso de álcool e o consumo de haxixe entre esta população juvenil que se sente vítima de discriminação, devido à cor da pele e à religião.
Na segunda parte do estudo, 45 adolescentes foram distribuídos por quatro mesas de debate, revelando o carinho que sentem pela mãe e avó e as boas relações que referem ter com membros de associações desportivas e com alguns professores.
"Referem a discriminação, a falta de alternativas, as dificuldades que sentem em relação à 'cultura escolar'" e sublinham a "importância das avós, em lares com muitos filhos, muitas vezes, monoparentais, e com a mãe a trabalhar muitas horas - mãe esta que, em geral, valorizam muito", assinala a investigadora.
Para Margarida Gaspar, da Universidade Técnica de Lisboa, "a ideia principal deste estudo é pró-activa e não penalizante". No fundo, serve para mostrar que "é necessária a activação de recursos específicos na escola, na família e na comunidade, para permitir a estes miúdos algumas expectativas no futuro".